domingo, 6 de janeiro de 2008

O orgasmo perfeito

Gozei o mais belo orgasmo da minha vida,
e a minha querida gozava-o também.
Quem é que diz que cada corpo é a muralha do outro?
Porque eu senti o que ela sentia,
e ela o que eu sentia,
e ambos o mundo inteiro palpitar,
prazer que circulou pelos corpos e pelos astros,
como sangue universal e partilhado.
Agora conto-o com os versos mais belos da minha lingua:
precisava de viver outra vida por cima da minha
para que este prazer fosse suficientemente recordado,
para que estes versos fossem suficientemente ditos.
Terá memória a morte?
Terá lábios?

Gonzalo Torrente Ballester - "A ilha dos jacintos cortados"

6 comentários:

Susana Júlio disse...

O corpo junto do outro amado não tem muralhas...os contornos um do outro desfazem-se no amor que os devora em chama lenta. Eterna no momento.
E nunca haverá palavras suficientes para conter todo o significado deste acto entre duas pessoas que se amam e se entregam assim...

Belo poema que foste recolher. Sim, senhor!

Beijinhos aqui da Teia.

Matchbox32 disse...

Eu sabia que tu ias gostar!

Susana Júlio disse...

Não podia deixar de gostar!
É simplesmente LINDO!

Ana disse...

Matchito, cá está a minha vingançazinha por me teres chamado croma. Clica aqui: http://www.netdisaster.com/go.php?mode=dog&url=http://shadeofreflection.blogspot.com/

;-p

=D

Ana disse...

clica, não, usa o link. LOOL (é do habito de clica nos postes)

Matchbox32 disse...

Lol! Eu já te arranjo um...