terça-feira, 11 de março de 2008

Café na baixa

Como aliás tem vindo a ser habitual, no passado fim de semana, desloquei-me a Lisboa (porque será?).
Depois de almoço, eu, a minha namorada, a filha dela(R) e o namorado desta(M) (parece o título de um filme!) resolvemos ir até à baixa para beber o cafézinho da praxe.
Chegados lá, com o que nos deparámos? Isso mesmo, a manifestação dos professores! Escusado será de dizer que demorámos uma eternidade para encontrar estacionamento, ainda por cima, fomos no carro do M que, como seria de esperar, é todo artilhado e coisas desse tipo logo, com o belo estado em que as ruas de Lisboa estão, tinha que ir com todos os cuidadinhos. Meia hora depois, lá conseguimos encontrar estacionamento.
Dirigimo-nos então para o Chiado convista a beber o tal cafézinho, quando lá chegámos, fui com a Dreams comprar lingerie (que lhe ficou fantasticamente bem) enquanto a R e o M foram falar com uma amiga na loja em frente. Até aqui, tudo bem.
Acontece que, quando saímos da loja para nos reencontrarmos, a R e o M tinham desaparecido. Procurámos rua a cima e rua a baixo e nada! Então, achei que estava na altura de usar os telemóveis:
-Amor, liga à R para saber onde ela está, é mais fácil.
-Ok, então empresta-me o teu porque deixei os meus em casa.
-Deixaste o quê?
-Sim, deixei os meus telemóveis em casa...
-Amor... o meu também ficou em casa, estava sem bateria... - constatei já a ficar branco.
-Ai! E agora?
- Ligamos de uma cabine telefónica! - sugeri feliz por ter arranjado solução.
-Amor... eu não sei o número da R de memória...
-Bonito, isto está a correr bem! (mal sabia eu)
-Já sei, vamos ter ao carro porque eles têm que ir para lá. - disse achando ser a melhor solução.
E assim fizemos. Mas, qual não foi o nosso espanto quando, ao chegar ao carro, só encontrámos o lugar vazio onde ele estivera...
-Eu não acredito nisto amor! - Exclamei incrédulo.
-Só se formos de autocarro, amor...
Lá nos dirigimos então a toda a pressa para o Rossio. Evidentemente que durante todas estas caminhadas para trás e para a frente, íamos atravessando a manifestação várias vezes.
Chegados à paragem do Rossio, começámos a consultar os horários dos autocarros e os que passavam mais perto de casa...
-Não vale a pena! - interrompeu um senhor.
-Desculpe? - perguntei a temer a resposta.
-Não há autocarros há 4 horas! É por causa da manifestação...
-Eu não acredito nisto!
-Ai, amor! Só se formos de metro até ao Campo Pequeno...
-Boa ideia, amor!
E fomos para o subsolo. Mas, eis que, azar dos azares, foi precisamente na altura em que , lá em cima, a manifestação acabou. Logo, o metropolitano encheu-se de professores a quererem ir para casa. As bichas para os bilhetes eram intermináveis e, quando as máquinas começaram a avariar ainda piores ficaram.
-E agora, amor? - perguntei vendo os últimos cartuchos a acabar.
-Temos que esperar, amor.
-E se fossemos de taxi até casa? - perguntei já a sentir a minha claustrofobia a aumentar.
-São 30€, amor.
-O quê? F***-**!
-Pois, ainda é longe...
De repente, uma ideia atravessou-me o espírito:
-Mas podemos ir de taxi até ao Campo Pequeno e lá apanhar o autocarro.
-Sim, mas também tive uma ideia. Vamos ver se a manifestação já acabou na Avenida da Liberdade porque pode já haver autocarros.- disse a Dreams.
Assim fizemos até porque, se não houvesse autocarros, facilmente apanhávamos um taxi.
Chegámos lá, consultámos o horário e, 10 minutos depois, lá estava o autocarro ou seja, a lata de sardinhas... devido a ser o primeiro autocarro em várias horas, evidentemente, vinha a abarrotar!
Mas, estávamos tão saturados, que entrámos na mesma... por entre encontrões e cheiro a suor e outras coisas normais neste tipo de situação, lá descemos numa paragem que a Dreams sabia que era a mais perto de todas.
-Pronto, querido. Agora, é só mais meia horinha a pé e estamos em casa!
-O quê? Ainda? Este dia não tem fim? (não esquecer que começou às 5 da manhã com um telefonema a dizer que não podia contar com o pão para a loja e lá pelo meio uma manhã de trabalho e uma viagem do Redondo a Lisboa.)
Andámos, andámos até que, finalmente, chegámos a casa. Onde, estavam o M e a R refastelados no sofá a ver televisão.
-Então, saem de casa e não levam os telemóveis? - perguntaram.
-Não digam nada!
Contámos-lhes então as desventuras todas e rimos todos a bandeiras despregadas quando a Dreams, no meio da risota, disse:
-E acabámos por não beber café!

2 comentários:

Susana Júlio disse...

...parece-me que escolheram mal o dia para ir beber um cafe à zona da baixa!! ;) Ainda acabaram por fazer número na manifestação!
Há dias assim!
Pois olha, eu por ter participado ainda fiquei pior da cirurgia ao dente do siso: quase rebentei os pontos. Isto é que é amor ao ideal!

Beijinhos.

Matchbox32 disse...

Lol! Podes crer, isso é que é entrega! Lol!