Ontem à noite

Ontem à noite...
Ontem à noite esperei, pacientemente, que me surpreendesses... esperei que por qualquer descargo de consciência, me fosses visitar à cama. Mas isso não aconteceu.
Não te levantaste da cama, não abriste a porta do teu quarto, não atravessaste o hall de entrada pé ante pé, não abriste a porta do meu quarto, não te deitaste comigo, não... nada.
Confesso, fiquei um bocado frustrado.
Pensei que depois do dia fantástico que passámos, houvesse algo mais... mas não houve, nem um simples beijo...
Provavelmente, estava a querer demais...
Provavelmente, a saudade falou mais alto para mim ontem à noite... mas, para ti não.
Dormiste sozinha na tua cama.
Eu esperei sozinho na minha cama.
Olhei, em vão, milhares de vezes para a maçaneta. Mas ela nunca rodou... não entraste, silenciosamente, fechando a porta atrás de ti...
Não quiseste preencher o vazio que tenho de ti...